segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mudanças

Bom dia, gente. Como viram, fiquei um bom tempo sem postar, devido a várias motivos, o que infelizmente me impossibilitou de arranjar tempo para escrever aqui. No entanto, agora voltarei com as minhas resenhas, só que em outro espaço. Eu, juntamente com outros amigos, criamos uma página no Facebook que, além de tratar sobre livros, fala sobre músicas, filmes, quadrinhos, ou seja, um panorama cultural ampliado. Aqui embaixo vou postar o endereço da página e, é só curtirem a página para receberem as críticas de cinema, resenhas literárias e sugestões músicas publicados lá. Obrigado :D

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terça-feira, 24 de abril de 2012

Frankenstein (1818) - Mary Shelley

Frankenstein ou O Prometeu Moderno, é um romance de terror gótico com pitadas românticas, de autoria de Mary Shelley. É considerado um clássico do gênero de terror, como Drácula.

A História 


O livro conta a história de Victor Frankenstein, um universitário que tenta descobrir o segredo da vida e, em segredo tenta construir um ser dotado de vida. Após muito esforço e sofrimento, este consegue o seu objetivo. No entanto, ao ver a tal criatura com vida, foi tomado de imensa repugnância, voltando para a sua casa, na Suíça.
Frankenstein crê, então, que pode recomeçar a sua vida esquecendo a terrível criatura, sem saber que ela o seguiu durante todo o seu regresso , querendo vingança por ser abandonado pelo seu criador. A partir desse ponto, o renegado ser deixa uma marca de violência e destruição por onde passa, atormentando cada vez mais a vida de Victor, até que este resolve partir numa expedição tentando a todo custo dar fim à vida do monstro.
Embora o livro mostre que o ser é capaz de matar sem qualquer consciência de culpa, quando ele se põe frente a frente com Frankenstein e conta sua existência, podemos ver que a criatura nada mais é do que o produto do que a humanidade fez com ele. Podemos fazer inclusive uma analogia com a famosa frase do filósofo e teórico do iluminismo, Jean-Jacques Rousseau, "O homem é bom por natureza. A socieda que o corrompe". Pois no início, o ser mostra-se dotado de uma certa bondade, mas o medo e o ódio que a população têm pelo indivíduo acabam tornando-o uma criatura fria e sanguinária.

Comentários


-O livro é escrito em forma epistolar pelo capitão Walton para sua irmã, Margaret Saville, o qual ouve o relato de Frankenstein, após o resgatar de uma camada de gelo, já enfraquecido e muito doente.
-Mary Shelley originalmente pretendia escrever um conto com o mesmo enredo. No entanto, seu marido, o poeta Percy Shelley, a incentivou a escrevê-lo em forma de romance.
-A ideia de escrever um livro de terror foi proposta durante uma viagem com lorde Byron e seu médico, Polidori, na qual cada um deveria escrever uma história aterrorizante.

Frankenstein - Saraiva
Frankenstein - Lojas Americanas

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Os Elefantes Não Esquecem (1972) - Agatha Christie

"Os Elefantes não Esquecem" é um livro de ficção policial de Agatha Christie, sendo este o último em que o detetive Hercule Poirot contracena com a escritora de romances policiais Ariadne Oliver, amiga de longa data de Poirot.

A História


O livro é narrado em 3ª pessoa, já que o amigo de Poirot, Hastings, narrador-personagem de grande parte de seus livros não está presente na história.
O livro começa com Ariadne Oliver se preparando para um banquete de homenagem aos escritores famosos da época, entres eles, Ariadne. Durante a refeição tudo transcorreu bem, no entanto, ao sair para ter contato com pessoas que desejavam conhecer os escritores, Ariadne se ver cercada imediatamente por uma "femme formidable", nas palavras de Ariadne, enorme, dentuça e com voz estridente, se apresentando como a senhora Burton-Cox.
Sem muitos rodeios, a senhora Burton-Cox diz que seu filho irá se casar com uma afilhada da srta. Oliver, cujos pais se envolveram num mistério. Foram encontrados mortos à beira de um precipício com uma pistola. Burton-Cox queria que Ariadne descobrisse quem matou quem, se foi o pai que matou a mãe ou o contrário, provavelmente pensando numa hereditariedade criminosa que poderia se manifestar na afilhada de Ariadne, Celia Ravenscroft. Oliver dispensa rapidamente a enorme mulher e se retira imediatamente do lugar.
Ela tenta esquecer tudo, no entando acaba por recorrer à ajuda do seu amigo Hercule Poirot para descobrir a verdade. E como ponto de partida eles apenas têm uma frase "Os elefantes não esquecem", sendo os elefantes, pessoas que, mesmo com o passar do tempo, não se esquecem de detalhes, e é atrás dessas pessoas que eles vão para tentar recontar essa história até descobrir a verdade, que envolve irmâs gêmeas, uma mordida de cachorro, sonambulismo, e outras coisas que só se completam na talentosa mão de Agatha.

Comentários

-Hercule Poirot é um do detetives mais famosos da literatura, provavelmente atrás apenas de Sherlock Holmes (pessoalmente, prefiro Hercule Poirot).
-Agatha Christie escreveu mais de 80 livros, sendo a 3ª escritora com mais livros vendidos na história, vendendo mais de 2 bilhões de exemplares, um número superado apenas por Shakespeare e pela Bíblia.
-"Os Elefantes não Esquecem" segue uma mesma linha de raciocínio que outros livros, como "Os Cinco Porquinhos", onde Poirot desvenda um crime do passado usando relatos de pessoas que conviveram com a (s) vítima (s)  na época. No entanto, "Os Cinco Porquinhos" foi mais aclamado pelo público, por possuir uma história mais convincente e dinâmica que "Os Elefantes não Esquecem, não desmerecendo este, que também é um bom livro.
-Agatha Christie também é a criadora da personagem Miss Marple, uma detetive amadora.
-Poirot, embora sendo belga, é constantemente confundido com um francês.

Os Elefantes não Esquecem - Agatha Christie
Os Elefantes não Esquecem - Lojas Americanas

terça-feira, 17 de abril de 2012

Um Conto de Natal (1843) - Charles Dickens

Um Conto de Natal é um dos livros mais aclamados de Charles Dickens, autor de outros dois sucessos da literatura, David Copperfield e Oliver Twister. O livro em sua edição original foi ilustrado por John Leech, e se tornou um livro de referência quando o assunto é Natal.

A História


Ebenezer Scrooge é um avarento negociante londrino, dono do escritório "Scrooge & Marley", sendo Marley seu antigo sócio, e que é, enfaticamente dado como morto por Dickens, na primeira linha do livro.
Scrooge é retratado como uma pessoa solitária, fria, sovina, sem um mínimo de compaixão pelo sentimento dos outros, preocupado apenas com os seus negócios. Ele possuía apenas um funcionário, Bob Cratchit, que ganhava um salário miserável para sustentar sua mulher seus quatro filhos, sendo que o livro dá destaque ao Pequeno Tim, filho de Bob com deficiência na perna, tendo que andar de muletas.
Na véspera de Natal, ao chegar em casa de noite, Scrooge retira-se para o seu quarto, no entanto, um tempo depois ele começa a escutar barulhos vindo do resto da casa, e acaba por se deparar com seu falecido sócio: Marley. O espírito de Marley, então, conta para Scrooge que por causa da sua avareza quando era vivo, após a morte foi condenado a vagar pelo mundo, sem ter paz, amarrado em correntes, mas que Scrooge ainda tinha uma chance de se salvar. O espírito, então, diz que essa chance seria dada em 3 dias, pois nas três noites seguintes ele seria visitado por três espíritos, que tentariam regenerar o seu coração.
Nas três noites seguintes, as palavras de Marley se comprovariam com a visita de três fantasmas: o do Natais passados, o do Natal presente e o dos Natais futuros.
O fantasma dos Natais passados se mostrou como um velho da altura de um criança com cabelos brancos escorrendo sobre o ombro, no entanto sem nenhuma ruga, e constituição física delicada. Já o fantasma do Natal presente é um gigante com uma tocha na mão. Por fim, o fantasma dos Natais futuros é uma criatura envolta por uma capa e com apenas as mão a mostra, com o intuito de mostrar as coisas para
O que mais impressiona no livro é a simplicidade com que Dickens escreve, e a transformação e regeneração de Scrooge, de um ponto onde os leitores o condenam para um ponto em que é louvado pelas suas boas ações, principalmente para com Bob Cratchit.

Comentários


-"Um Conto de Natal" foi escrito por Dickens em menos de um mês, com o objetivo de pagar suas dívidas.
-O livro foi publicado em forma seriada nos jornais ingleses.
-O sucesso da história foi instantâneo, fazendo de Dickens um escritor louvado tanto na sua época quanto nas épocas seguintes.
-O personagem Tio Patinhas, da Disney, é uma homenagem a Scrooge, sendo que seu nome em inglês é Uncle Scrooge.
-Recentemente, em 2009, foi lançado o filme "Os fantasmas de Scrooge", uma animação baseada no livro.
-O livro, assim como os outros escritos por Charles, mostra a preocupação do mesmo para com a sociedade da época, sendo ele um defensor dos pobres, desamparados, sem, entretanto, exaltar os avanços da época, visto que ele viveu durante a Revolução Industrial.
-O contraste da personalidade de Scrooge é muito acentuado durante a leitura do livro. A sua frieza e rabugice humana virou um verdadeiro espírito de caridade e bondade humana.

Um Conto de Natal - Saraiva
Um Conto de Natal - Lojas Americanas

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Carrie, a Estranha (1974) - Stephen King

"Carrie, a estranha", é mais um livro de sucesso do escritor estadunidense Stephen King. Quando o escreveu, tinha a intenção de fazer um conto, mas descartou a história e acabou jogando-a no lixo (nessa época ele ainda morava em um trailer). No entanto, sua esposa recolheu os rascunhos da história e o motivou a continuá-la. Ele, então, continou escrevendo a história, mas já em formato de livro.

A História


Carrie White era uma garota de 16 anos, filha de uma mãe religiosamente fanática, que considera tudo um pecado, passando o mesmo sentimento para Carrie, que se sente culpada por tudo que faz ou pensa em fazer.
No colégio, ela é considerada estranha e, se a história acontecesse nos dias de hoje, seria denominada como uma vítima de "bullying", pois sofre de constantes deboches de suas colegas de turma. O primeiro grande motivo de deboche no livro é quando Carrie menstrua pela primeira vez aos 16 anos, e, além disso, se mostra surpresa por estar sangrando, já que não conhecia a palavra "menstruação". Notando isso, as outras garotas começam a zombar dela e a lhe atirar coisas.
O livro todo é basicamente uma preparação para o estopim da história, quando há o baile de formatura do colégio. Carrie, juntamente com Tommy Ross, namorado de Sue Snell, a única garota que se compadece com a situação de Carrie e que o convenceu a convidar Carrie para o baile, são eleitos Rei e Rainha da festa.
Mas Chris Hargensen, uma garota que nutre um verdadeiro ódio por Carrie, elabora um plano para arruinar o único momento em que Carrie realmente se sente feliz. O plano dá certo, no entanto desperta a ira de Carrie, que antes já havia descoberto ter poderes sobrenaturais, mas que desta vez, são liberados mais fortes do que nunca, como um verdadeiro furacão, iniciando assim sua vingança.

Comentários


-O livro é considerado pelo próprio Stephen King como um livro com um "surpreendente poder de machucar e horrorizar", o que realmente é comprovado com a leitura do livro, que mostra toda a amargura de uma adolescente e que, no fim, mostra a macabra frieza com que esta se vinga de seus inimigos.
-Foi o primeiro romance escrito por Stephen King, que antes escrevia apenas contos.
-O livro foi adaptado para o cinema pelo diretor Brian de Palma, inclusive indicado ao Oscar de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante.
-A mãe de Carrie é um retrato de como o fanatismo religioso pode destruir com a vida de alguém, embora não se possa afirmar que tenha sido essa a intenção de Stephen a compor a personagem.
-Carrie White, numa introdução de uma edição do livro escrita por Stephen King em 1999, foi uma junção de duas garotas com quem King conviveu na sua infância e que também eram humilhadas por seu colega, uma por ser "gorducha e quieta, caipira de chorar", nas palavras do autor, e outra por ser fruto de uma família com um imenso fanatismo religioso, o que também afastava os seus colegas delas, além do seu cheiro, descrito por King como um cheiro estranho. Ambas morreram antes dos 30 e o inspiraram a compor a personagem.

Carrie, a Estranha - Saraiva
Carrie, a Estranha - Lojas Americanas

domingo, 15 de abril de 2012

"O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde" ou "O Médico e o Monstro" (1886) - Robert L. Stevenson

O Médico e o Monstro, de Robert L. Stevenson, é um clássico do gênero de terror, ao lado de Drácula e Frankenstein. O livro é narrado em primeira pessoa, do ponto de vista do advogado Gabriel Utterson, e de sua relação com seu amigo dr. Jekyll. Segundo Stevenson, a história surgiu durante um sonho seu e que, ao acordar,  tinha em mente "uma boa história de terror".

A História


O livro começa em uma conversa de Utterson com s eu amigo, Mr. Enfield, que narra um curioso caso de um homem que, durante a noite, numa rua deserta, literalmente atropelou uma menina com seus passos rápidos. Quando foi pego por pessoas próximas, o homem, de aparência repugnante entrou numa casa e deu-lhes um cheque com o nome de Henry Jekyll, curiosamente amigo de ambos.
Utterson, então, consulta o testamento de Jekyll, que deixara tudo para "um tal de Mr. Hyde", que provavelmente seria o homem da história de Enfield. Sabendo disso, Utterson fica à espreita da casa de Jekyll, esperando Hyde aparecer, até que o encontra. Após um breve diálogo, Hyde entra na casa rapidamente.
A história, então, prossegue com alguns encontros entre Utterson e Jekyll, que parece cada vez mais debilitado e atterrorizado com a menção do nome de Hyde.
A história então culmina numa misteriosa revelação quando o mordomo de Jekyll procura Utterson ao suspeitar que um homem invadira e matara o dr. Jekyll, estando trancado no quarto dele há 7 dias.
A história, vista sob uma perspectiva simplista não passa de um simples entretenimento. No entanto, ela tem um impressionante poder de prender o leitor ao livro, e também de ser uma história de alta tensão e suspense, em grande parte gótica.
Analisando a história de um ponto de vista alegórico, podemos notar a presença de certas "mensagens" que Stevenson deixa no livro: a sua ideia de que em cada indivíduo, por melhor ou pior que seja, sempre há uma "parte boa e uma parte má", uma visão totalmente anti-maniqueísta, rementendo à filosofia chinesa do yin-yang, na qual as duas partes se complementam; o fim do livro também pode ser interpretado, ao se notar o triste fim de Henry Jekyll, como uma metáfora da preponderância do mal sobre o bem, uma visão totalmente negativa da humanidade.
Deixando de lado o ponto de vista interpretativo da história, o fato é que Robert Louis Stevenson escreveu uma verdadeira obra-prima da ficção científica de terror, aterrorizando e entretendo os leitores há mais de 1 século.

Comentários


-O livro foi adaptado para os mais diversos tipos de entretenimento: na televisão, em 2007 estreou a série Jekyll; no cinema, há inúmera aparições, como em A Liga Extraordinária (2003) e Van Helsing - O Caçador de Monstros (2004); nos desenhos animados, paródias com personagens como Piu-Piu, Pernalonga, Jerry; nas HQ's, o personagem da Marvel Mr. Hyde; na música, algumas bandas escreveram músicas baseadas no filme.
-Além de "O Médico e o Monstro", Stevenson também escreveu outro sucesso literário, "A Ilha do Tesouro".

O Médico e o Monstro - Saraiva
O Médico e o Monstro - Lojas Americanas

sábado, 14 de abril de 2012

Memórias Póstumas de Brás Cubas (1880) - Machado de Assis


Memórias Póstumas de Brás Cubas representou para a literatura brasileira um papel fundamental, visto que, juntamente com "O Mulato", de Aluísio Azevedo, inaugurou o movimento Realista no Brasil. Além disso, também representa um divisor de águas para Machado de Assis, pois representa a transição dos seus livros de caráter Romântico para os seus livros de caráter Realista.


A História



O livro é narrado em primeira pessoa, pelo próprio Brás Cubas, que se considera um "defunto-autor", já que, após a sua morte decide contar a história da sua vida. Ele também destaca o fato de ser "defunto-autor" em vez de ser "autor-defunto", pois o último, a seu ver, seria um escritor de renome que morreu.

Ele começa dedicando o livro aos vermes: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas". Curiosamente, após essa breve "dedicatória", Brás Cubas resolve começar contando a história a partir da sua morte, descrevendo seu funeral, a causa da morte, narra sobre a criação do "Emplasto Brás Cubas", e os momentos anteriores à sua morte
Após isso, ele remete à sua infância, época em que maltratava seus escravos e se tornava amigo de Quincas Borbas, e se tornava um garoto mimado. Depois disso conta sobre o final de sua adolescência, quando conhece Marcela, uma prostituta de luxo (embora esse termo não seja citado no livro) que, segundo ele, o amou durante "Quinze meses e onze contos de réis". 
Seu pai, vendo que o filho estava se afundando e junto consigo a sua família, em dívidas com Marcela, decide mandá-lo para a Universidade de Coimbra, como estudante de Direito. No entanto, após ganhar o diploma, mesmo tendo levado uma vida boêmia e sem responsabilidade, Brás Cubas retorna ao Brasil, sem nenhuma alteração de caráter. É provável que, com isso, Machado de Assis estivesse fazendo uma crítica aos profissionais, que até hoje, embora tenham um diploma na mão, são incapazes de fazer a sua função corretamente.
É nessa volta para o Brasil que ele conhece Virgília, que se torna o grande amor da sua vida. No entanto, ela acaba se casando com Lobo Neves, que ganha também a vaga de deputado que Brás Cubas almejava.
Embora no livro haja outras situações além dessas, como relacionamentos anteriores de Brás Cubas, os encontros escondidos com Virgília e o reencontro com Quincas Borba, que cria a teoria humanitista, fazendo uma junção de darwinismo com borbismo, dizendo ele "Aos vencedores, as batatas", as situações acima citadas são de mais destaque no livro.
No fim do livro, Brás Cubas começa a ver todas as pessoas que fizeram parte de sua vida falecendo, com exceção de Virgília. Assim, desiludido com a vida, tenta a criação de um emplasto, o "Emplasto Brás Cubas", que tinha como objetivo a cura de todas as doenças. No entanto, logo depois ele pega uma pneumonia que acaba sendo fatal. No seu leito de morte, há a presença de alguns familiares e de Virgília com seu filho.
No último capítulo, nas palavras de Brás Cubas "Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.". Nesse capítulo, podemos notar o extremo pessimismo do livro, o que remete ao Realismo.


Nota: Dona Plácida, acima citada, era a responsável pelos encontros escondidos entre Brás Cubas e Virgília.




Comentários: 


-Embora o livro tenha representado o início da escola Realista no Brasil, ele apresenta alguns aspectos Românticos, como nos relacionamentos de Brás Cubas, principalmente com Virgília.
-O livro em si apenas foi lançado em 1881, pois em 1880 ele foi publicado como folhetim entre Março e Dezembro.
-O livro teve três adaptações cinematográficas, sendo que a de 2001, com Reginaldo Faria, tenha sido considerada a mais fiel à obra.
-O livro foi uma grande fonte de análise de filósofos e sociólogos, pelas referências ao cientificismo, positivismo, escravidão.

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Saraiva
Memórias Póstumas de Brás Cubas - Lojas Americanas 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Príncipe (1513) - Maquiavel

O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, é um dos mais famosos tratados políticos existentes, sendo de fundamental importância para a formação dos alicerces do Estado Moderno.
O italiano Maquiavel separa o livro por capítulos, em uma ordem que vai desde os tipos de Estado/Monarquia até como controlar os Principados, passando por como conquistar novas cidades, como governar essas novas cidades, até onde se pode contar com a sorte.
Por ter sido um grande diplomata, e bastante viajado, Maquiavel contou com toda a sua experiência para escrever o tratado, tanto importante para a construção estrutural do estado (valores do governante, obter apoio do povo, formação de próprio exército), como para a expansão do mesmo (conquista de novas cidades, manutenção das mesmas).
O livro conta com 26 capítulos que servem de verdadeiro manual para os grandes governantes do mundo. Inclusive Napoleão Bonaparte o tinha como livro de cabeceira, tendo escrito inúmeras observações de canto de página no livro, sendo que foi impressa uma versão do livro contando com as anotações de Bonaparte.
Para muitas pessoas que fazem uma leitura equivocada do livro do italiano, o tratado é considerado como um defensor da anti-ética do governo, no entanto Maquiavel apenas mostra como um líder deve proceder para manter o seu Principado sob controle.
Também é nesse livro que as pessoas atribuem a famosa frase "Os fins justificam os meios" que, no entanto, nunca foi dita por Maquiavel.
Outro ponto alto do tratado é quando Maquiavel discute se é preferível para o príncipe ser amado ou temido por seu povo. Ele responde à sua própria pergunta dizendo que "Como os homens amam segundo sua própria vontade, e temem segundo a vontade do príncipe, deve este contar com o que é seu e não com o que é de outros, empenhando-se apenas em evita o ódio", ou seja, Maquiavel entende que os laços de amor podem ser cortados, mas quando se teme é menor a chance de uma possível rebelião.
Maquiavel se baseia em dois princípios para escrever o livro, princípios este que seriam fundamentais para o governo do Estado, a Virtu (Virtude) e a Fortuna (Sorte).
Concluindo, é importante ressaltar que o livro embora tenha sido escrito para uma forma de governo diferente da atual, a séculos atrás, é muito utilizado por governantes do mundo todo, e inclusive por empresários que querem   prosperar nos negócios, administrando melhor sua empresa (Estado), chefiando seu quadro de funcionários (Povo), e expandindo seus negócios (Conquista de novos territórios).

O Príncipe - Saraiva
O Príncipe - Lojas Americanas

Vinte Mil Léguas Submarinas




Escrito em 1870, a obra-prima de Júlio Verne trata-se de uma ficção científica criada, talvez, essencialmente pelo prazer de Verne em misturar seus conhecimentos científicos e geográficos, com a sua fantástica habilidade para a escrita.

A História


O livro em si possui um enredo simples, no entanto, no decorrer da história você nota que o que realmente importa são os detalhes, haja visto que Verne detalha com precisão vários lugares no fundo do mar, transportando o leitor numa emocionante viagem marítima.
A história começa com relatos de um aterrorizante monstro que afunda navios por todo o mundo. Decididos a destruir esse monstro, os EUA organizam uma caçada ao ser, com o navio Abraham Lincoln. A bordo dele destacam-se três personagens: o naturalista Aronnax, seu fiel criado Conselho, e o experiente arpoador canadense, Ned Land.
Durante muitos dias a fragata procura o monstro, percorrendo grandes extensões. Quando já haviam perdido as esperanças e se preparavam para regressar, eis que surge o temido ser. Depois de uma intensa batalha entre a fragata e a criatura, o Abraham Lincoln sucumbe, deixando à deriva os três personagens, que logo se veem em cima de um grande corpo metálico, e quase instantaneamente são capturados por homens de dentro dessa cascata metálica, e assim feito prisioneiros.
Após ficarem presos em uma pequena sala, descansados e alimentado, eles se deparam com um dos personagens mais fantásticos e enigmáticos da literatura: o Capitão Nemo. Dia após dia, eles conhecem um pouco mais desse personagem, que acaba se revelando como uma pessoa incompreendida na humanidade, e que, cortando laços com a mesma, utilizou-se de seus grandes conhecimentos de engenharia e de homens vigorosos para construir o seu navio Náutilus, um precursor do submarino, suprindo-se apenas de elementos marinhos para sobreviver.
Embora o enredo seja interessante, o verdadeiro prazer ao se ler essa história é a volta ao mundo feita pelo navio, onde eles encontram lugares e criaturas incríveis, como ilhas submarinas, polvos gigantes, e outros elementos.
O livro ainda conta com uma espécie de "continuação", contada no livro "A Ilha Misteriosa", onde é permitido conhecer o passado do misterioso capitão.

Comentários


-Júlio Verne, embora relate com extrema precisão o globo terrestre, seus mares, os seres que habitam determinadas regiões, etc. nunca saiu da França, seu país-natal.
-Embora escrito no século XIX, o livro apresenta uma mensagem bastante contemporânea, visto que o fato do Capitão Nemo ter rompido laços com a humanidade é pelo fato de ver que os seres humanos estão destruindo a si mesmos, através de guerras e outras coisas.
-A leitura do livro se mostra muito mais interessante com um atlas, já que o navio percorre os mais variados lugares.
-É também necessário que se conheça alguns termos marítimos, já que estes são utilizados por Verne.
-É interessante notar o fato de Júlio Verne, não apenas nesse livro, mas em outros, "prever" certas invenções posteriores ao seu tempo, como, nesse caso, o submarino.
-No filme "A Liga Extraordinária", um dos personagens da liga é justamente o Capitão Nemo, que aparece com um Náutilus extremamente modernizado.

Vinte Mil Léguas Submarinas - Saraiva
Vinte Mil Léguas Submarinas - Lojas Americanas

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Drácula (1897) - Bram Stoker

O livro Drácula, de Bram Stoker, é um clássico da literatura mundial de terror. O livro foi publicado na Irlanda, em 1897, escrito de forma epistolar, ou seja, através de cartas, e, embora não tenha sido de imediato um best-seller, foi sucesso de crítica, rendendo inclusive uma carta de Sir Arthur Conan Doyle, escritor das histórias de Sherlock Holmes, a Stoker.

A História

O livro conta a história de um solicitador, Jonathan Harker, inglês, que é enviado à Transilvânia com o objetivo de fornecer informações a respeito de propriedades na Inglaterra a um excêntrico sujeito, o Conde Drácula.
 De início, o contato se dá de forma amigável, e o Conde, embora enigmático, se mostra educado com seu hóspede. Entretanto, com o passar dos dias, Harker vê que não é mais um hóspede, mas sim um prisioneiro do temível Drácula, um ser com poderes sobrenaturais, embora a palavra vampiro seja mencionada apenas da metade para o fim do livro.
O Conde, então, decide viajar para a Inglaterra para tomar posse de suas propriedades, entregando Jonathan à mercê de três "mulheres-duendes", que, ao cair da noite irão devorá-lo. Ele, impossibilitado de se corresponder com sua noiva ou com o seu chefe, decide empreender uma fuga desesperada do castelo do conde, escalando as paredes do castelo levando algumas modeas de prata e pegando um trem de volta para casa.
Nesse ponto a história muda para a noiva de Harker, Mina Murray, se correspondendo com sua amiga Lucy Westenra, que conta a respeito dos pedidos de casamento que recebeu do Dr. John Seward, que cuida de um hospício, de Quincey Morris, e por último de Arthur Holmwood, o qual ela aceita.
A próxima parte narra brevemente o interesse do Dr. Seward por um paciente seu, Renfield, mas de início esse ponto fica em segundo plano, já que o livro prossegue narrando o encontro de Mina e Lucy.
Após isso, há um relato de um navio que partiu da região litorânea mais próxima da Transilvânia e dos acontecimentos macabros ocorridos durante a viagem. Dos enigmas do diário de bordo, apenas se entendeu que um ser havia matado toda a tripulação e após isso, quando o navio aportou, um enorme cão saltou de lá, fugindo para os campos.
Esse fato, aparentemente ligado a Drácula, foi relatado por Mina Harker. A sucessão de fatos deu-se a ataques de sonambulismo de Lucy e de pequenos furos no seu pescoço, passando dia a dia, a ficar mais pálida, doente e com dentes afiados.
No meio de tudo isso o dr. Seward nota que o seu paciente, Renfield, parece estar servindo a alguém, e que embora pareça apenas um louco, há um toque de sanidade em sua personalidade.
No meio de tudo isso, Jonathan enfim retorna ao lar, ainda perturbado por suas experiências terríveis no castelo do Conde.
Lucy continua piorando, o que faz Seward recorrer a seu velho amigo, o professor Abraham Van Helsing, um profundo conhecedor de doenças obscuras e de teorias metafísicas. Ele imediatamente se dirige a Whitby, onde Lucy reside.
Lá, ele utiliza meios poucos convencionais para tentar recuperar Lucy, utilizando alhos, flores, transfusões sanguíneas, etc.
No entanto, Lucy terminou por perecer, transformando-se em uma vampira, embora apenas Van Helsing soubesse disso. Durante isso, chegou a notícia que Arthur Holmwood tinha se tornado lorde Godalming, virando um homem rico.
Van Helsing, após sucessivos ataques de Lucy a crianças da região, conta a John Seward o que ocorreu com Lucy e, à noite, ambos se dirigem ao cemitério onde ela está, armados de alho e uma estaca, o alho para encher a boca de Lucy, e o bastão para perpassá-la.
No dia seguinte, conta aos outros sob suas teorias e os guia ao mesmo lugar para decepar a cabeça de Lucy, matando-a totalmente.
Drácula, no entanto, procura outra vítima, justamente Mina Murray, que, durante o ataque do Conde, acaba por ceder seu sangue a ele, criando um laço com ele, o que permite que eles possam rastrear Drácula por hipnose.
Visando insinuar-se na casa de Seward, Drácula finalmente utilizou-se de seu poder sobre Renfield para que este o convidasse a entrar na casa, matando-o logo em seguida, e destruindo todos as anotações feitas por Seward.
Vendo que Mina poderia acabar perecendo como Lucy, e sabendo que Drácula só poderia repousar em casas onde ele botou caixôes repletos de areia da Transilvânia, Harker, Holmwood, Morris, Helsing e Seward destruíram uma a uma dessas caixas, forçando o Conde a retornar à Transilvânia.
Já no fim da história, os 5 homens entraram no castelo de Drácula, destruindo as outras caixas e matando as mulheres-duende, esperando os ciganos, servos de Drácula, trazerem o Conde, em estado inativo, para o castelo. Eles tiveram uma breve luta, na qual Quincey Morris caiu morto por uma faca. Mas seu esforço não foi em vão, pois Drácula enfim foi destruído, da mesma forma que mataram Lucy.
O livro termina com uma passagem de 1 ano desde os acontecimentos, já com Jonathan e Mina casados, com um filho chamado Quincey, homenageando o senhor Quincey Morris, que pereceu na luta.

Comentários

-Por ser escrita em formato epistolar, a história retrata de forma muito realista os sentimentos, os receios e as esperanças dos personagens.
-"Drácula", embora não sendo o primeiro livro de vampiros escrito, já que a lenda data a séculos antes, tornou-se uma espécie de bíblia vampírica, sendo referência para outros autores que retrataram histórias de vampiros.
-A história apresenta um caráter acentuadamente maniqueísta, já que os personagens bons são incrivelmente heróicos, e os maus são totalmente desprovidos de sentimento.O personagem Conde Drácula foi inspirado no príncipe da Valáquia, Vlad III, O Empalador, conhecido por seus métodos cruéis.

Drácula - Saraiva
Drácula - Lojas Americanas